Denison Rafael

Denison Rafael
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quarta-feira, 15 de abril de 2009

A HISTÓRIA E O COTIDIANO



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No fim do dia você percebe a extraordinária história que é sua própria vida. O despertar com o toque irritante e persistente do celular. O Desejo de dormir mais cinco minutos que se torna tão grande ao ponto de pensar em partir em pequenas partículas o seu inseparável elemento digital, como se fosse à quebra de um átomo, só por que ele obedece às ordens sãs de um indivíduo insano, para acordá-lo. Ao levantar, percebe-se quão maravilhosa é a dádiva da vida e agradece a Deus por tudo. Toma um café preto. Come uma bolacha de água e sal e sai para labuta. Um dia cheio está a sua espera. Documentos a fazer. Toca o telefone e do outro lado da linha alguém só escuta a sua voz. A hora passa lentamente como se o dono do tempo mudasse a percepção de tudo. Senti-se o cansaço. Percorre o corredor rumo a lugar algum, o objetivo é ir para onde não se estava por que onde estava não queres ficar. Do dia ao fim, o trabalho se encerra e com ele se vai também à coragem de um leão. O retorno para casa ainda é um longo trajeto. Muitos carros, buzinas, sinais, rotatórias e o pedestre sem faixa. O sol esquenta as ruas e aquece o coração. Num bater constante e ininterrupto, o dia de sua morte, o impulsiona até o fim desejado. Em casa o almoço pronto. Tira-se a camisa. Abri-se a gaveta e as chaves são lançadas. Carteira e um pen driver de pouca capacidade encontram seu espaço. Em cima da cômoda o celular fica e com ele a vontade involuntária de adentrar ao um sono profundo e relaxante. O prato na mão começa-se a luta pela sobrevivência: arroz, feijão e o galeto com batatas. Os olhos se fecham e sussurros rápidos são ditos: “Pai, abençoe este alimento. Amém!” Em poucos minutos algo grandioso que se construiu, tornou-se apenas lenda. A cama o aguarda. Lençol no rosto e não se vê mais nada. Lá pelas dezesseis horas abrem-se os olhos e vê somente o pc. Rola uma empatia e você adentra o mundo virtual numa conexão de 49 Mbps. O tempo passa. Muitas conversas se vão. Escovam-se os dentes. Manda umas mensagens pelo celular. Ler a bíblia. Ora. E tudo se repente.

3 comentários:

Larissa disse...

rsrsrsrrsrsr
Se fosse a Luana ela te chamaria de "menino romântico, que vive num mundo literário".
Pq é engraçado vc usar tantas palavras para dizer que seu dia é normativo, que oscila entre tediante/casual.

Mas olhando pelo viés descritivo, é muito interessante a maneira pelo qual vc descreve as nuancias daquilo que constitue seu dia, sua vida. E o mais legal atribui valor a todos.
Coisa que nem todos conseguem fazer, se é perceber.

Beijão
=*

Nina disse...

Se o dia tivesse um pouco mais do que 24h, publicaríamos seu post e teríamos um best-seller! Hehehe!

É engraçado como toda rotina tem a sua beleza e nós próprios nem sempre percebemos a graça da nossa.

Beijoca!

Francisco A. Gomes disse...

Lembrei muito de Caio Fernando Abreu... Um descrição bem particular, que ao mesmo tempo se confundi com as particularidades de muitos outros indivíduos a ponto de ter um caráter coletivo em algo tão individual. Belo meu caro, belo..